quarta-feira, dezembro 27, 2006

estória inacabada...

Estava calor nessa noite! Era primavera e no céu podiam contemplar-se as mais belas estrelas!
Ela era jovem, alegre, bonita, disponível... Ele era também jovem (mas não tanto quanto ela), sedutor, atraente e disponível (mas não tanto quanto ela)...
Há muito tempo que ela sonhava com ele... há muito tempo que ela desejava que ele sonhasse com ela... ela estava disponível, mas ele nem tanto...
Nessa noite ela tinha-se arranjado, estava perfumada, bonita... os seus olhos anunciavam a felicidade que ainda não conhecia, como se adivinhassem aquele futuro tão breve, tão próximo...
E ali, no meio de muitos outros olhares, perfumes e sons, com a total disponibilidade de ambos e como se nada mais em seu redor existisse, a magia acontece... A verdadeira magia que só quem a toca a pode sentir explodiu dos seus lábios e o mundo tornou-se num lugar melhor!
Durante algum tempo foram felizes! Tão felizes que era visivel na sua pele, no seu olhar, na sua voz!...
Amaram-se verdadeiramente...
Ela sentiu-o como seu... para sempre... ainda que o seu corpo não esteja lá, ele será para sempre seu...
Ele tomou-a como sua, ainda que não tivesse toda a disponibilidade para ela, ela era sua! E ele sempre soube... Ele SABE que ela ainda é sua...
Ela ainda sente por vezes o abraço dele, o seu beijo, o seu calor, a sua pele...
Ele, quem sabe ainda se lembre destes momentos, talvez ainda recorde o seu cheiro, talvez ainda sinta a falta dela!
Ela ainda o ama, ainda o deseja, ainda o quer para si... com toda a sua disponibilidade!
Ele... não se sabe... Mas ele sabe que ela o espera!

sexta-feira, agosto 04, 2006

a dor de sentir

As emoções são qualquer coisa de muito estranho...
Sentimos com o corpo todo! Com o coração que aperta, ou não fosse este o local por excelência dos sentimentos, com a pele que se arrepia, com o estômago que dá um nó, com as pernas que tremem...
As emoções, num primeiro instante sentidas, pouco ou nada têm de racional. São todas elas um composto de sensações dificilmente definidas por palavras. Mas no entanto, todas elas ocorrem no nosso cérebro, num cocktail de substâncias químicas que despoletam em nós as mais diversas reacções. E não é também essa fantástica estrutura, que é o cérebro, que nos permite pensar?! Então, porque temos tanta dificuldade em perceber o que sentimos e porque razão o sentimos?! Porque nos é tão difícil gerir as emoções?!
Podemos pensar sobre elas, tentar explicá-las, racionalizá-las ao máximo, trazê-las para o mundo das palavras... podemos até escrevê-las, cantá-las, pintá-las... mas dificilmente, senão mesmo impossível, será encontrar o melhor modo de as exprimir. E isto é, no meu entender de ser humano que sente e pensa, o que mais agustia!
São estas muitas das nossas dores... a dor de nunca se dizer exactamente o que se sente, a dor de não se dizer nada do que se sente, a dor de dizer o que não se sente, a dor de nos tentarmos enganar a nós próprios quando, em frente ao espelho, sorrimos quando nos apetece chorar só para abafar mais uma vez, mais um dia, um sentimento que se arrasta e que parece não se esgotar...
A dor de não conseguir apagar um sentimento e recuperar outro... a dor de um dia não aguentar mais tanta contradição...
As emoções não se esgotam. Os sentimentos não desaparecem. Não há tempo, nem distância, nem local que apague o que durante tanto tempo nos alimentou a alma...

terça-feira, julho 11, 2006

Deixa passar...

O tempo é uma coisa estranha... Passa depressa, passa devagar, passa e nao passa, custa a passar, passa num instante quando queremos que pare!! E assim fique eternamente, parado no tempo; o tempo parado nos melhores momentos da nossa vida.
Dizem que o tempo é o melhor conselheiro, que traz consigo as respostas procuradas e que quanto mais tempo maior a sabedoria. É o tempo que atenua as maiores dores, é o tempo que traz muitas das certezas, é o tempo que amadurece os frutos...
Temos que nos permitir dar-nos tempo, relaxar, descansar e deixar que as horas, os dias, as semanas, os anos... façam das suas maravilhas! Sem pressas, sem correr... sabendo que no fim seremos recompensados!

sexta-feira, junho 16, 2006

"Partida! Largada! Fugida!..."

3... 2... 1... Ainda não! Espera, só mais uma vez! Conta outra vez! 3... 2... 1... Partida!!... Espera, espera! Ainda não estou pronta! Outra vez, por favor. 3... 2... 1... Partida!! Tem que ser desta. É agora que parto...
Olho uma ultima vez para trás, na esperança que acompanhasses o meu passo, que partisses ao mesmo tempo que eu... Vejo-te! Sim, vejo-te como sempre te vi... parado, a olhar-me como se esse teu olhar fosse o suficiente para não me deixar partir. E eu, ali me mantinha, na linha de partida, constantemente a olhar para trás, à espera que viesses comigo e pudessemos os dois partir... Via-te, esperava-te... houve momentos em que te senti mais perto, mas nunca chegaste realmente... E eu tive que partir sozinha! Não é possível adiar mais a hora da partida e quem está é quem corre, ainda que seja apenas eu, a correr sozinha...
"PARTIDA!" - partir, viajar, ir para algum lado; mas também particípio passado do verbo "Partir" de despedaçar: Parto partida, despedaçada... desfeita em pedaços que ao longo do caminho procurarei, sabendo que talvez nunca os encontrarei a todos, pois houve alguns que ficaram contigo. Guarda-os junto ao coração para que nunca se percam no tempo...
"LARGADA!" - particípio passado do verbo "largar"; algo que se largou...
"FUGIDA!" - particípio passado do verbo "fugir"; Fuga; abandono talvez... fuga presencial, não existencial. Fujo porque assim o quiseste! Porque assim o permitiste! Porque não soubeste impedi-lo... e não quiseste que ficasse...
Não desisti! Simplesmente não tenho mais armas para lutar...
Aguardo serenamente que o futuro me faça vencedora...

segunda-feira, maio 29, 2006

Procuras...

Existem procuras que duram escassos minutos... outras que duram horas, dias, semanas, meses, anos! E existem ainda aquelas que duram uma vida inteira! São as procuras a que chamo existenciais, porque acompanham a nossa existência e dão sentido à vida. São as eternas procuras pela felicidade, pelo amor, pelo verdadeiro sentido da nossa vida... São as procuras que não nos deixam parar de viver e de lutar por aquilo que realmente acreditamos! E sempre que encontramos um pedaço do nosso objecto de procura, ganhamos ainda mais força para continuar a busca até reunirmos todas as peças desse objecto, para que quando completo, possamos olhar para trás e dizer "valeu a pena" tanto suor...
Quando termina uma busca, uma nova recomeça, pois o ser humano tem esta necessidade: a de ir construindo objectivos sucessivos de maneira a que nunca se sinta perdido, pois esses objectivos traçam de certa forma um mapa da nossa vida que nos orienta ainda que possamos optar por dar uma volta maior, nem que seja para fazer uma pausa na busca inicial...
Existem procuras cujo objectivo está ao alcance de uma mão... mas, não sei porquê, essas por vezes tornam-se as mais dificeís e tortuosas, por vezes mesmo dolorosas e esgotantes! Como se cada vez menos estivesse nas nossas mãos alcançá-las... Mas talvez porque está mesmo ali o que buscamos, não desistimos!!! E eu nunca desisti de nada na minha vida, mesmo que me pareça impossivel!!
E por isso, não vou desistir de ti!! Ainda não "valeu a pena"...

domingo, maio 07, 2006

"Broken"


With everything ahead of us
We left everything behind
But nothing that we needed
At least not at this time
And now the feeling that I'm feeling
Well it's feeling like my life is finally mine
With nothing to go back to we just continue to drive
Without you I was broken
But I'd rather be broke down with you by my side
I didn't know what I was looking for
So I didn't know what I'd find
I didn't know what I was missing
I guess you've been just a little too kind
And if I find just what I need
I'll put a little peace in my mind
Maybe you've been looking too
Or maybe you don't even need to try
Without you I was broken
But I'd rather be broke down with you by my side
With everything in the past
Fading faster and faster until it was gone
Found out I was losing so much more than I knew all along
Because everything I've been working for
Was only worth nickels and dimes
But if I had a minute for every hour that I've wasted
I'd be rich in time, I'd be doing fine
Without you I was broken
But I'd rather be broke down with you by my side

Jack Johnson


Antes não sabia o que procurava... por isso, nunca soube o que ia encontrando. Agora sei que o que procuro só o encontrarei contigo...

segunda-feira, abril 24, 2006

Aqui para ti...

(Aqui estou eu a tentar pela derradeira vez que acredites...)

Estou aqui para ti...
Continuo à tua espera, como no início...
Não te peço a lua, nem o sol, nem o céu, nem as estrelas... apenas o brilho que um dia trouxeste à minha existência.
Não te peço promessas nem certezas futuras... apenas a certeza de que hoje estás aqui para mim.
Não posso fazer-te acreditar na minha verdade, porque esta é só minha, intíma e intransponível, e só eu a conheço realmente. E esta verdade, nada tem de fantasia, sonho ou ilusão, é real, concreta e objectiva... É esta a verdade que todos os dias me faz adormecer e acordar a pensar em nós e mais ninguém a sente como eu!
Por isso, peço-te que, ainda que não ponhas esse desejado ponto final na minha espera, acredita simplesmente que te espero...

sábado, abril 15, 2006

Por detrás do anonimato

É tão interessante a forma como as pessoas por detrás do anonimato são tão verdadeiras!!! Dá até vontade de passar a vida inteira escondida atrás de uma máscara... porque assim é mais seguro e podemos dizer o que nos apetece, pois ninguem sabe quem somos realmente! Mas será isso genuíno?! De que vale pôr uma máscara só para dizer o que sinto se depois de a tirar ninguém sabe que fui eu que o disse?! Mais uma vez hipocrisia... Faz falta?! Talvez para servir os nossos interesses mais egoístas! Sim... existe, mas usada exclusivamente para satisfazer os nossos desejos mais intímos chega a ser rídicula! Pois, afinal de contas, seremos felizes se todas as pessoas que nos rodeiam apenas nos conhecerem pela máscara?!

(Uma dúvida para quem me quiser e souber responder: porque que é que uma pessoa que diz que nunca mais quer falar e ouvir falar de nós insiste em bisbilhotar a nossa vida?!...)

sexta-feira, abril 14, 2006

Ouvi dizer... palavras

Ouvi dizer
Que o nosso amor acabou
Pois eu não tive a noção do seu fim.
Pelo que eu já tentei
Eu não vou vê-lo em mim
Se eu não tive a noção de ver nascer o homem.

E ao que eu vejo
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi
E eu fiquei com tanto para dar
E agora não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Ouvi dizer
Que o mundo acaba amanhã
E eu tinha tantos planos p'ra depois
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós
Sem tirar das palavras seu cruel sentido.

Sobre a razão estar cega
Resta-me apenas uma razão
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu não fui
Um dia vou-te ouvir dizer

E pudesse eu pagar de outra forma

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Sei que um dia vais dizer

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga, ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura


Ornatos Violeta


Uma das mais belas canções que já ouvi!!!
Pode não dizer nada até... mas pode também dizer tudo... e mais ainda ficaria por dizer!
Ouvi dizer muita coisa! Ouvi o que sempre quis ouvir mas as palavras não passam disso mesmo... São palavras largadas ao vento para quem as quiser apanhar. Lá vai uma, lá vão duas, três palavras a voar. Uma é minha, outra é tua, outra é de quem a apanhar!
Posso apoderar-me das palavras que quiser. São largadas ao vento, em vão... são de quem as apanhar. E quem as lança, perde-lhes o direito?! Não! Mas pode largá-las para sempre, como se nunca tivessem sido suas... Pois as palavras são momentâneas e é no momento que fazem sentido, nem que seja por uns escassos segundos. As palavras podem anunciar uma nova realidade, construir um novo sonho ou simplesmente afirmar o presente. As palavras tomam forma nas atitudes e só através delas se tornam visíveis. Talvez seja por isto não acontecer que vivemos num mundo de hipocrisias... Em que o que se diz não tem nada a ver com o que se faz. E assim se vai vivendo, numa linha ténue que fica entre o que se é, o que se sente, o que se diz e o que se faz. Esta linha não tem espaço em nenhuma dimensão porque a habilidade está em fazer com que as palavras sejam simplesmente lançadas ao vento, para quem as quiser apanhar! Não interessa se se diz o que realmente se sente, muito menos interessa se a pessoa que as apanha se apodera delas e nelas vê uma nova realidade ou um sonho construído. Interessa que quem as lança lhe perca os direitos para nunca ter que se comprometer com nada, não ter que provar com atitudes que é e sente o que disse...
A hipocrisia no fundo é um jogo habilidoso e estratégico para lidar com a realidade, para satisfazer as necessidades mais convenientes.
A hipocrisia é triste...

domingo, abril 09, 2006

Eterno sonho nosso

Era uma vez um sonho... Um sonho como tantos outros! Um sonho criado na realidade e alimentado por ela. Era um sonho prateado como o luar, com vermelhos de cerejas à mistura. Cheirava a flores campestres, soava como o chilrear das andorinhas ao nascer do sol... Tinha um sabor adocicado e amargo ao mesmo tempo, como um vinho verde bem gelado.
Era uma vez este sonho que tanto nos embalou no seu leito, que tantas vezes nos protegeu do mundo... onde tantas vezes nos refugiámos de olhares indiscretos e de dedos apontados. E enquanto sonhámos este sonho, enquanto existiram momentos de pura trascendência em que nada real não deixámos que nos tocasse, o sonho tornou-se ele próprio realidade... E isto será para sempre nosso, eternamente e intimamente nosso...

sexta-feira, março 31, 2006

Pra onde estamos virados...

Esta manhã acordei a apetecer-me vestir preto... Não que seja hábito fazê-lo até porque não tenho muita roupa preta, simplesmente acordei para aqui virada! Há dias em que estamos virados para a cor, que normalmente são quase todos os meus dias, mas hoje não...
"Mas que dia é hoje?" "Porquê preto? Acaso estou de luto?" huuummmm..... dado o dia que é hoje, pode-se dizer que sim! Faço o luto do sonho de outrora... da ilusão que me envolvia noutros dias como o de hoje...
Sim... o luto faz-se por dentro! Não é o que vestimos que nos denuncia, mas hoje estou para aqui virada! Estou virada para denunciar o que em mim morreu... ou não... ou que estou a tentar matar... Saberemos nós matar o que dentro da nossa alma mais vive todos os dias?! E em dias como o de hoje renasce ainda com mais vigor! Desperta o sonho de tempos passados e o desejo de que a ilusão volte e nos cegue de felicidade, como se o mundo real não existisse e só a fantasia nos preenchesse os dias.
É em dias como o de hoje que a saudade aperta... a saudade do sorriso que trazíamos estampado na cara e que nem sabíamos bem qual era o motivo da sua existência. Simplesmente, ele existia e coloria os nossos dias....
Talvez por isso, hoje estivesse virada para o preto... porque o sorriso de hoje tem um motivo: a memória da fantasia...

quarta-feira, março 29, 2006

pessoalmente sonhando...

Fantasia e sonho são talvez aquilo que de mais pessoal existe em cada um de nós. Temos as nossas convicções que ninguém nos tira mas que não seriam convicções se não as afirmássemos como tal, e assim, deixam de ser só nossas pois ao as afirmar estamos a partilhá-las e é natural que alguém se apodere ainda que de apenas um pedaço. O nosso passado é só nosso e isso ninguém nos pode tirar, as memórias das emoções do passado são exclusivas e ficam connosco para sempre, mas, se elas persistem é porque continuam a ser muito importantes, e se foram importantes foi porque nos marcaram, e se nos marcaram foi porque valeu a pena... e nada disto aconteceu que não fosse partilhado, ainda que nem sempre tivesse sido declarado...
Por isso digo que fantasia e sonho são talvez aquilo que de mais pessoal existe em cada um de nós! Porque, no nosso sonho, somos livres para criar tudo, partilhar o que quisermos com quem quisermos, inventar as histórias mais fantásticas sem que isso deixe de ser completamente e totalmente nosso! Somos donos e senhores do nosso sonho e nada neste mundo impede que no sonho, que na fantasia sejamos o que nos apetecer, façamos o que nos faz mais feliz... porque no mundo real existem contingências, mas no mundo imaginário não!