segunda-feira, abril 24, 2006

Aqui para ti...

(Aqui estou eu a tentar pela derradeira vez que acredites...)

Estou aqui para ti...
Continuo à tua espera, como no início...
Não te peço a lua, nem o sol, nem o céu, nem as estrelas... apenas o brilho que um dia trouxeste à minha existência.
Não te peço promessas nem certezas futuras... apenas a certeza de que hoje estás aqui para mim.
Não posso fazer-te acreditar na minha verdade, porque esta é só minha, intíma e intransponível, e só eu a conheço realmente. E esta verdade, nada tem de fantasia, sonho ou ilusão, é real, concreta e objectiva... É esta a verdade que todos os dias me faz adormecer e acordar a pensar em nós e mais ninguém a sente como eu!
Por isso, peço-te que, ainda que não ponhas esse desejado ponto final na minha espera, acredita simplesmente que te espero...

sábado, abril 15, 2006

Por detrás do anonimato

É tão interessante a forma como as pessoas por detrás do anonimato são tão verdadeiras!!! Dá até vontade de passar a vida inteira escondida atrás de uma máscara... porque assim é mais seguro e podemos dizer o que nos apetece, pois ninguem sabe quem somos realmente! Mas será isso genuíno?! De que vale pôr uma máscara só para dizer o que sinto se depois de a tirar ninguém sabe que fui eu que o disse?! Mais uma vez hipocrisia... Faz falta?! Talvez para servir os nossos interesses mais egoístas! Sim... existe, mas usada exclusivamente para satisfazer os nossos desejos mais intímos chega a ser rídicula! Pois, afinal de contas, seremos felizes se todas as pessoas que nos rodeiam apenas nos conhecerem pela máscara?!

(Uma dúvida para quem me quiser e souber responder: porque que é que uma pessoa que diz que nunca mais quer falar e ouvir falar de nós insiste em bisbilhotar a nossa vida?!...)

sexta-feira, abril 14, 2006

Ouvi dizer... palavras

Ouvi dizer
Que o nosso amor acabou
Pois eu não tive a noção do seu fim.
Pelo que eu já tentei
Eu não vou vê-lo em mim
Se eu não tive a noção de ver nascer o homem.

E ao que eu vejo
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi
E eu fiquei com tanto para dar
E agora não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Ouvi dizer
Que o mundo acaba amanhã
E eu tinha tantos planos p'ra depois
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós
Sem tirar das palavras seu cruel sentido.

Sobre a razão estar cega
Resta-me apenas uma razão
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu não fui
Um dia vou-te ouvir dizer

E pudesse eu pagar de outra forma

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Sei que um dia vais dizer

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga, ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura


Ornatos Violeta


Uma das mais belas canções que já ouvi!!!
Pode não dizer nada até... mas pode também dizer tudo... e mais ainda ficaria por dizer!
Ouvi dizer muita coisa! Ouvi o que sempre quis ouvir mas as palavras não passam disso mesmo... São palavras largadas ao vento para quem as quiser apanhar. Lá vai uma, lá vão duas, três palavras a voar. Uma é minha, outra é tua, outra é de quem a apanhar!
Posso apoderar-me das palavras que quiser. São largadas ao vento, em vão... são de quem as apanhar. E quem as lança, perde-lhes o direito?! Não! Mas pode largá-las para sempre, como se nunca tivessem sido suas... Pois as palavras são momentâneas e é no momento que fazem sentido, nem que seja por uns escassos segundos. As palavras podem anunciar uma nova realidade, construir um novo sonho ou simplesmente afirmar o presente. As palavras tomam forma nas atitudes e só através delas se tornam visíveis. Talvez seja por isto não acontecer que vivemos num mundo de hipocrisias... Em que o que se diz não tem nada a ver com o que se faz. E assim se vai vivendo, numa linha ténue que fica entre o que se é, o que se sente, o que se diz e o que se faz. Esta linha não tem espaço em nenhuma dimensão porque a habilidade está em fazer com que as palavras sejam simplesmente lançadas ao vento, para quem as quiser apanhar! Não interessa se se diz o que realmente se sente, muito menos interessa se a pessoa que as apanha se apodera delas e nelas vê uma nova realidade ou um sonho construído. Interessa que quem as lança lhe perca os direitos para nunca ter que se comprometer com nada, não ter que provar com atitudes que é e sente o que disse...
A hipocrisia no fundo é um jogo habilidoso e estratégico para lidar com a realidade, para satisfazer as necessidades mais convenientes.
A hipocrisia é triste...

domingo, abril 09, 2006

Eterno sonho nosso

Era uma vez um sonho... Um sonho como tantos outros! Um sonho criado na realidade e alimentado por ela. Era um sonho prateado como o luar, com vermelhos de cerejas à mistura. Cheirava a flores campestres, soava como o chilrear das andorinhas ao nascer do sol... Tinha um sabor adocicado e amargo ao mesmo tempo, como um vinho verde bem gelado.
Era uma vez este sonho que tanto nos embalou no seu leito, que tantas vezes nos protegeu do mundo... onde tantas vezes nos refugiámos de olhares indiscretos e de dedos apontados. E enquanto sonhámos este sonho, enquanto existiram momentos de pura trascendência em que nada real não deixámos que nos tocasse, o sonho tornou-se ele próprio realidade... E isto será para sempre nosso, eternamente e intimamente nosso...