Um dia destes, numa das minhas investidas pelas ciências neurológicas (unicamente, a título de curiosidades!), li um artigo que me despertou a atenção. Não me recordo dos autores de tal investigação, mas dizia-se que no cérebro humano existe uma determinada área a que chamavam "o lugar de Deus"... Deram-lhe este nome pois verificaram, através de variados testes, ressonâncias magnéticas, TAC's, etc, que tal zona estava mais activa em pessoas crentes religiosamente. Ou seja, quanto maior era a fé de um sujeito, mais activa estava aquela zona do cérebro. Os investigadores, entre outras coisas, concluiram que a fé, a crença humana em algo superior, em Deus, estaria dependente de processos químicos, eléctricos e hormonais, ocorridos no cérebro.
(A esta hora devam estar a pensar: "Pronto! Passou-se!")
Não, os meus post's não se viraram para a ciência, não senhor!
De facto, tenho pensado bastante num possível lugar do coração... Isto porque, há pessoas com tanto amor para dar e outras com tão pouco!... Algumas entregam-se de corpo e alma a um grande amor sem olhar para trás, outras entregam-se aos poucos, nunca sendo totalmente... Em certas pessoas, cabem todos os tipo de amor: por si, pelo amor da sua vida, pelos amores que vão surgindo, pela família, pelo outro, pela humanidade, pela natureza, etc... Noutras, porém, apenas existe espaço para um ou dois tipos de amor: ou se amam demasiado a si próprios, transformando o horizonte no seu próprio umbigo; ou amam demais alguém que se esquecem de olhar para o espelho e gostar um bocadinho de si; ou vivem para amar a humanidade e isso basta-lhes para serem felizes; ou simplesmente não conhecem o amor porque nunca lhes foi dado a conhecer. E eu interrogo-me: será o amor o resultado de trocas químicas e fluxos eléctricos?! Parece-me ser uma boa questão de investigação! Que as hormonas intervêm já sabemos! São as benditas, ou não, Feromonas as responsáveis pela atracção sexual, pelo estremecer quando encontramos a tal pessoa, pelo acelerar do coração quando sentimos o seu cheiro, pelo arrepiar da pele quando ela nos toca, pelo amar incondicionalmente sem perceber porquê...
Mas mesmo assim, e já que tenho a terrível tendência para procurar e encontrar explicação para tudo (às vezes mais valia estar sossegada!), procuro insistentemente por estas respostas: O que faz com que as pessoas amem de forma tão diferente?! Porque é que é tão difícil encontrar quem nos ame da mesma maneira?! Porque é que tenho tanto para dar e não encontro quem o receba de braços, alma e coração abertos?!
Qual é o lugar do coração?! Será no cérebro mesmo que nos doa o peito de tanto amar? Mesmo que sintamos um frio terrível no estômago que não nos permite engolir coisa nenhuma? Será no olhar que lançamos ao nosso amor, nas cordas vocais que usamos quando sussurramos ao ouvido do nosso amor, nas mãos com as quais tocamos no nosso amor?...
Outra questão: se o coração tem um lugar, qual é o caminho?
1 comentário:
O lugar do coração...
Permite-me arriscar:
O lugar estará naquilo(naquele) que amas, daí a dificuldade de o encontrar, não te pertence exclusivamente. Daí o falar-se em entrega, porque o dás.
Quanto ao caminho para lá, como em quase tudo na vida, é ele, o caminho, o mais importante, e faz-se ao caminhar...
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